domingo, fevereiro 11, 2007

Hoje fazia bom tempo na Áustria e por isso foi um dia fantástico para ir esquiar. O quê? Não foste votar? Não. Sendo emigrante não o posso fazer. Mesmo não o sendo acho que não iria ter coragem de ir pôr a cruzinha no "Sim" só por achar que uma mulher que queira abortar o deva fazer medicamente assistida e que no final a decisão é sempre dela e por isso uma questão da sua consciência.
O argumento de ainda não é vida e por isso não se está efectivamente a matar, não se pode aplcar.
É com este paradoxo que me debato. É-se assim tão livre para se decidir sobre a vida ou a morte? Será o direito individual tão supremo que se sobreponha ao da vida que já começou a bater? Razões possíveis que me ocorrem e que ouvi em relatos pessoais ou em outros que li, incluem não era conveniente para o trabalho/promoção, por razões económicas não podíamos ter a criança, isto ou aquilo...
Em tempos de guerra onde não há o que comer ou há racionamento e tanta gente que nasce... para quem nasceu deve dar graças aos pais por não terem abortado. Se fosse assim simples o meu pai não teria nascido e consequentemente eu, pois o meu avô estava na guerra. Países em que gerações fossem abortadas por razões económicas,
Não sei bem que dizer dos motivos laborais. Uma empresa que não se preocupa com o bem estar dos trabalhadores até está previsto no código do trabalho.
Se algum dia o nosso pai, viuvo estiver sozinho e não tiver possibilidades económicas de ir para um lar e nós como filhos também não o podermos ajudar nessa ideia, mata-se também? isto porque não é conveniente tê-lo lá em casa, porque não há espaço e não se tem dinheiro para uma casa maior? porque é uma prisão e não se pode ir a lado nenhum? porque não se tem dinheiro para o manter? já viveu, teve uma vida preenchida, já não faz cá falta? que se suicide e poupe trabalho e dinheiro?

se os pais ficam com o direito de optar pelo destino dos filhos, então porque não os filhos sobre a vida dos pais quando já velhos?
acho este panomara assustador.
ultrapassa totalmente o "sim" ou o "não" a uma pergunta muito bem formulada.

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1 Comments:

Blogger Grow2Harvest said...

Quando escrevi não sabia que o "sim" teria ganho o referendo...
Resta-me felicitar as organizações apartidárias que se movimentaram nesse sentido (nomeadamente os amigos no "Médicos pela Escolha") e os amigos que se movimentaram no outro sentido, enfim...

Quem não quiser ouvir ou ver o festival mediático dos partidos que metem nojo e as frases de circunstância da vitória ou da derrota, mude de canal ou emigre.

8:28 da tarde  

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